O Conceito da Bipolaridade
Eu não preciso e nem devo ser perfeita em tudo!!!
Depois de muito quebrar a cara e de ser cobrada em demasia por mim e por uma sociedade machista e limítrofe, resolvi relaxar e entoar diariamente um mantra em minha vida: Eu não preciso e nem devo ser perfeita em tudo!!!
É isso mesmo! Eu não estou brincando! Repito: Eu não preciso e nem devo ser perfeita em tudo!!!
Claro que eu adoraria ter uns 8 anos a menos pra poder competir com as gatinhas recém-saídas da escola que habitam as fantasias masculinas, ..., adoraria ter um corpo fenomenal e exibi-lo sem vergonha nas minhas próximas férias na praia, ..., adoraria me sentir bonita, desejada ou pelo menos faceira aos olhos dele, ..., adoraria ser amada por ele, não apenas vista como a “uma opção pré-solteirice crônica”, mas...
Paralelo a isso, sou uma mulher moderna e inserida no mundo atual... Eu sei que a igualdade dos sexos é necessária, que o feminismo é importante, que a valorização da mulher perante a sociedade é uma das maiores conquistas ocidentais do último século, que as mulheres devem mesmo ter autonomia financeira e grandes objetivos profissionais.
Bingo! Perceberam como meus pensamentos já ficaram confusos?!?! Quero ser amada e quero ir a luta, e me perco ao tentar achar a medida certa entre a feminilidade (inata) e a fortaleza (imposta)...
Já notaram que nunca antes as mulheres tiveram tantas doenças motivadas pelo alto estresse?! Hoje, o coração feminino não sofre mais somente pelas desventuras do amor, mas também pela bolsa (não a da Victor Hugo, mas a de valores)... Ela nos faz enfartar rapidinho quando ameaça quebrar em algum lugar da Ásia!
Pois é... Isso é um reflexo de falta de equilíbrio!
Como eu não quero adoecer ainda mais, decidi que chega dessa coisa de mergulhar de cabeça em auto-cobranças loucas e absurdas por uma perfeição inexistente, algo inatingível e até certo ponto imbecil! Cansei!!!
Não sou e nunca vou ser perfeita! O padrão que me impuseram é muito alto! Assim, antes de eu pensar me afogar em cobranças que mimam minha já baixa auto-estima, ou quiça antes de eu cometer um suicídio (real ou imaginário), resolvi mudar.
Anotei meu novo mantra nas agendas, grudei nos espelhos de casa, coloquei no painel do carro, deixei dentro do estojo de maquiagem e dentro da gaveta de calcinhas, aderindo ao melhor (pior?) estilo auto-ajuda possível...
Eu não quero mais ser cobrada pra ser mãe, e pior ainda, ser a melhor mãe do mundo, ..., não quero provar ser a profissional do ano, ..., não quero mais deixar a casa brilhando todos os dias, ..., não quero mais acumular mil tarefas loucas, ..., não quero mais sustentar a casa sozinha, ..., não quero me questionar se seria uma boa esposa, caso consiga me casar algum dia, ..., também não quero me questionar se, caso nunca venha a me casar, serei a melhor amante ou namorada face da Terra, ..., não quero mais enlouquecer por causa da beleza eterna, dando-me o direito a engordar, de ter celulite, estrias e barriguinha (ou barrigona, como eles têm e nós, mulheres, nem reclamamos).
Pena que quase ninguém joga nesse time, o das mulheres por elas mesmas...
Agora é hora de pisar no freio, tirar a fantasia de Mulher-Maravilha e largar essa história de ser a heroína do dia.
Sonho em ver a gente se libertando da escravidão imposta pela sociedade consumista e dos ridículos padrões de beleza, jogando no lixo essa obsessão pela magreza, livrando-nos da culpa por não lambermos nossas crias 24 horas por dia, parando de competir ferozmente no mercado de trabalho, dando uma pé na bunda desses homens folgados que não nos ajudam nas tarefas da casa e dos filhos, mas nos exigem disposição para um kama-sutra de 12 horas seguidas.
Mulheres, vamos nos salvar enquanto ainda há tempo!!!
Que nesse processo não banquemos as heroínas, mas que sejamos nós mesmas! Até porque Mulher-Maravilha já era, né? O negócio agora é ser como a Docinho, uma Menina Super-Poderosa!
Beijinhos.
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